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quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Os Samaritanos de hoje

A parábola do Bom Samaritano é uma boa pista de como devemos gastar nossa vida cristã. Nada é mais importante do que o outro.
Nas palavras de Jesus, no meio do caminho havia um homem abatido, violentado, vítima de um assalto. Por ele passam três pessoas. As duas primeiras, um sacerdote e um levita, figuras religiosas, passam, cada uma a seu tempo, sem perceberem alguém mais além deles mesmos. A terceira pessoa, de religião "errada", mestiça, marginalizada, ao cruzar com o ferido é o único que o percebe, pára e faz alguma coisa. Por isso mesmo é o único a receber elogios de Jesus.
Provavelmente os dois religiosos tivessem na mente alguma preocupação eclesiástica, o que não se constitui necessariamente em algo errado. Surge um problema quando se torna prioridade, vindo a determinar a maneira de encarar a vida. Horários, prazos, preces, ritos litúrgicos... preocupações típicas de quem está em um trabalho de igreja, podem exercer um enorme fascínio a ponto de obliterar o mais importante: nosso papel na vida do outro.
A inclusão de um samaritano na parábola teve como objetivo apontar essa aberração. O socorro veio justamente de alguém sem qualificação, mas que não tinha essas prioridades, por isso podia "perder tempo" com alguém.
Talvez isso explique a participação dos profetas anônimos em tantas questões socias e políticas atualmente, escancarando a injustiça e a exploração, enquanto a voz do povo de Deus permanece calada. Homens e mulheres que, se passados pelo nosso cadinho religioso, jamais "ousariam" ter a voz em nossas igrejas, no entanto, fora delas, fazem o que não fazemos.
São bem vindos então, certamente não nos nossos arraiais santos, mas onde são necessários e onde deveríamos estar: no mundo.
Se olhássemos menos para nossos programas, prazos, ritos... possivelmente perceberíamos que, enquanto os "samaritanos" de hoje fazem alguma coisa por quem precisa, passamos a largo, ocultando o Evangelho em nossos antros, enquanto aqueles recebem os elogios do Nosso Mestre.

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