Apenas um lugar para a gente pensar junto...

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A (IN)UTILIDADE DAS NOSSAS PALAVRAS

Que o amor de Deus é perfeito e nunca se acaba e que não pode aumentar ou diminuir porque é pleno e infinito eu já sabia, a Bíblia tem provas incontestáveis disso, tanto que não podemos medir o Seu amor pelo nosso, porque enquanto o nosso é condicional e seletivo, o dEle extrapola essas definições. Assim, podemos até amar mais ou menos a determinadas pessoas, no entanto Ele não porque diminuiria a si mesmo, já que é, em si, Amor completo (1Jo 4:8), mas hoje, em minha leitura, me surpreendi um pouco com um texto que fala de seu Juízo, que seria o outro lado da moeda que explica metaforicamente o Seu caráter (amor/justiça).
Em Mt 12:37 afirma "porque pelas tuas palavras serás absolvido, e pelas tuas palavras serás condenado". Interessante que o texto não afirma aqui que serão as palavras do Supremo Juiz que nos sentenciarão, mas as nossas próprias, o que eleva a importância do que sai de nossa boca. Elas baterão o martelo do que representou a nossa vida.
Sei que poderia compreender o versículo mencionado apenas levando em conta a idéia religiosa de bênção ou maldição, como uma espécie de determinação mística, mas gostaria de expandir mais um pouco. Dessa forma, parei um pouco para questionar-me sobre o que tenho feito com esse instrumento que Ele me deu, perguntando a mim mesma sobre como as pessoas se sentem após encontrarem-se comigo. Para isso usei como parâmetro Jesus. Não há uma pessoa nos relatos bíblicos que não tenha saído de sua presença levando consigo alguma coisa boa (mesmo que não lhe servisse, pela dureza do seu coração), mas e da minha?
Outra coisa, se acredito, como afirma Mt 12:34, que a boca fala do que o coração está cheio, então vale mais um questionamento: do que meu coração está cheio? porque isso revela como estou ou sou. Com isso percebi a relevância de ter palavras justas e autênticas sem representação teatral, como algo que brota naturalmente, porque antes alojadas em meu interior. Veja bem, não estou afirmando que passemos a ocupar o papel de juízes, distribuindo sentenças. Mas o ter palavras de conforto e consolo, e também de desafio e confronto, se necessárias, tudo com uma saudável espontaneidade, semelhante à brisa que espalha por onde passa o perfume das rosas que no caminho colheu.
Se minha absolvição ou condenação será determinada pelo valor que têm as minhas palavras, que eu possa ser instrumento de valorização da vida, do amor, da conciliação, de pacificação, da justiça... porque próprios meus; na medida em que eu escolho ser útil àqueles que comigo se encontrarem, tendo como referência o Amor de Deus.
Amor e justiça não são antagônicos, são complementares, porque só há amor perfeito onde a justiça é estabelecida. Que isso guie a minha e a sua vida, tornando nossas palavras absolvedoras em uma existência com relevância.

Ana Valéria


terça-feira, 7 de setembro de 2010

Simplicidade Voluntária - Sem Censura TVE

Há poucos dias alguém comentou comigo a respeito de um movimento que tem surgido de forma discreta e envolvente, como um estilo de vida: Simplicidade Voluntária. Curiosa por mais detalhes, passei a buscar maiores informações e me deparei com esse vídeo. Não é um primor em qualidade visual, mas fornece preciosas dicas sobre o o teor e a proposta.
De antemão resumo que mesmo não tendo qualquer apelo religioso, faz-nos questionar sobre como anda nossa noção do que entendemos como simplicidade, felicidade e outros assunto afins.
Como cristã creio que essa é uma boa oportunidade para nos avaliarmos: Em que proporção o consumo tem guiado nossas vidas? Quanto de realização esperamos ter pela simples aquisição de algo que, às vezes, nem mesmo precisamos? Qual a relação entre a nossa vida e o ideal daquele que não tinha nem onde reclinar a cabeça?
Aconselho que assista a esse vídeo e leia mais sobre o assunto. Talvez você não venha a aderir a proposta, mas duvido que não seja de alguma forma impactado com o que vai descobrir.


sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Porque não assisto à propaganda eleitoral

É verdade, não assisto ao programa eleitoral gratuito. E antes que você me tenha por alienada política, quero deixar bem claro que é justamente por eu não ser que exerço esse meu direito.
Não sou obrigada a suportar tanto absurdo junto. Em doses homeopáticas, como durante a programação paga da TV ou do rádio, ainda é digerível, mas de uma vez só me dá náuseas.
Desisti de me orientar através desse meio porque ali só tem desinformação, pouquíssima coisa corresponde à realidade. E isso é fácil de ser entendido, afinal, a lógica deles é única: ninguém vai falar mal de si mesmo. Portanto, só vemos mocinhos e mocinhas, todos de excelente caráter e "ficha limpa", trazendo para si a responsabilidade de salvar a nossa nação.
De que adianta perder meu tempo testemunhando tanta promessa, simpatia, tanto sorriso, apertos de mão e compromissos que se resumem a apenas alguns meses antes das eleições?
Fica aqui meu protesto pelo que estão tentando fazer conosco: uma imbecilização coletiva por crerem cegamente que enganam a todos.
Acredito que deveria haver, pelo menos, respeito à nossa inteligência, mas isso também é fácil de se entender: respeitar por quê se o critério de avaliação usado para o voto exige simplesmente pouco esforço intelectual e muito photoshop?
Diante do que se vê, meus parabéns ao Tiririca por sua honestidade, já que afirma não saber o que vai fazer no Congresso, mas mesmo assim acredita ser capaz de nos representar. Realmente ele é o ícone do que aconteceu com a nossa política: tranformou-se em um grande circo! Ele é apenas o resultado do que existe hoje. Só discordo de seu slogan porque acredito que pior ainda pode ficar.
Incomodada com isso tenho me perguntado o quanto de omissão cometemos por vermos tudo isso e não fazermos nada. Por que damos espaço pra que tanta gente comprometida apenas consigo mesma se candidate e, a custa dos meios mais escabrosos possíveis, se eleja? É certo que em uma democracia qualquer um pode se candidatar, mas daí a qualquer um chegar lá...
Martin Luther King Jr disse certa vez: "O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons". Talvez esteja mais do que na hora de sairmos de nosso protesto infrutífero. Talvez seja a hora de descermos de nossa tribuna estéril; de nosso camarote como meros espectadores.
Conclamo um repensar, um arregaçar de mangas, para que certamente dessa forma tenhamos, logo mais adiante, não mais um desfile de excentricidade, mas opções dignas e menos palhaços em quem votar.