tag:blogger.com,1999:blog-33982575074483791982024-03-13T01:26:36.990-03:00SÓ PENSANDO UM POUCOSó pensando um poucohttp://www.blogger.com/profile/09967700489995204141noreply@blogger.comBlogger65125tag:blogger.com,1999:blog-3398257507448379198.post-21686388260591262402011-09-15T22:56:00.000-03:002011-09-15T22:56:58.071-03:00Outros porquês<div class="MsoBodyTextIndent"><span class="Apple-style-span" style="color: blue;">Qualquer pessoa sabe que na vida de uma criança há a fase dos porquês. É um momento muito peculiar em que ela começa a descobrir as coisas da vida, e assim, deslumbrada, questiona as suas causas, processos e motivações.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoBodyTextIndent"><span class="Apple-style-span" style="color: blue;">Quero, mesmo tendo deixado há tanto tempo a infância, dar-me o direito de novamente passar por essa época e entender algumas coisas que estão encobertas por nossa auto-suficiência adulta. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoBodyTextIndent"><span class="Apple-style-span" style="color: blue;">Quero inquirir o que já não está aparente pelos anos de "experiência de vida" que acabaram por calar as nossas vozes interiores.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoBodyTextIndent"><span class="Apple-style-span" style="color: blue;">Quero só perguntar:<o:p></o:p></span></div><div class="MsoBodyTextIndent"><span class="Apple-style-span" style="color: blue;">Por que é tão difícil lidar com o mundo? <o:p></o:p></span></div><div class="MsoBodyTextIndent"><span class="Apple-style-span" style="color: blue;">Por que nem sempre somos o que parecemos ser? <o:p></o:p></span></div><div class="MsoBodyTextIndent"><span class="Apple-style-span" style="color: blue;">Por que disfarçamos o nosso verdadeiro eu nos ocultando por trás de gestos ensaiados e emoções plastificadas? <o:p></o:p></span></div><div class="MsoBodyTextIndent"><span class="Apple-style-span" style="color: blue;">Por que muitas vezes não falamos o que pensamos nem o que se precisava dizer? Ou falamos sem pensar o que não se precisava afirmar?<o:p></o:p></span></div><div class="MsoBodyTextIndent"><span class="Apple-style-span" style="color: blue;">Por que é tão difícil sermos verdadeiros sem nos sentirmos vulneráveis?<o:p></o:p></span></div><div class="MsoBodyTextIndent"><span class="Apple-style-span" style="color: blue;">Por que tantas vezes nos sentimos como se estivéssemos enfrentando um adversário em pleno combate mesmo nas nossas relações mais amigáveis?<o:p></o:p></span></div><div class="MsoBodyTextIndent"><span class="Apple-style-span" style="color: blue;">Por que precisamos jogar; driblar; camuflar?<o:p></o:p></span></div><div class="MsoBodyTextIndent"><span class="Apple-style-span" style="color: blue;">Por que tantas vezes ficamos armados? </span><span class="Apple-style-span" style="color: #274e13;"><o:p></o:p></span></div><div class="MsoBodyTextIndent"><span class="Apple-style-span" style="color: blue;">Por que simplesmente não podemos viver ao sabor do que a vida pode nos proporcionar sem nos sentirmos mal com isso?<o:p></o:p></span></div><div class="MsoBodyTextIndent"><br />
</div><div class="MsoBodyTextIndent"><o:p></o:p></div><div class="MsoBodyTextIndent"><a href="http://t3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRbMFs-L7wridoQFsDQC-8CEk77rK10BQHnuq332VTKUdUh20yu" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://t3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRbMFs-L7wridoQFsDQC-8CEk77rK10BQHnuq332VTKUdUh20yu" /></a><span class="Apple-style-span" style="color: blue;">Quando nos deparamos com crianças naquela fase com tantas perguntas nossas respostas evasivas ou simplórias são mais do que suficientes para saciar sua curiosidade infantil. Quisera eu me dar por satisfeita da mesma forma e com a mesma disposição. Mas, receio que na trama da vida nem sempre a melhor intenção de resposta faz calar as nossas mais íntimas inquietações.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoBodyTextIndent"><span class="Apple-style-span" style="color: blue;">Então, por que mesmo?...</span><o:p></o:p></div><div class="MsoBodyTextIndent"><span class="Apple-style-span" style="color: blue;"><br />
</span></div><div class="MsoBodyTextIndent"><span class="Apple-style-span" style="color: blue;"><br />
</span></div><div class="MsoBodyTextIndent"><span class="Apple-style-span" style="color: blue;">Ana Valéria</span></div>Só pensando um poucohttp://www.blogger.com/profile/09967700489995204141noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3398257507448379198.post-34348465955414772952011-09-05T14:27:00.002-03:002011-09-05T14:35:43.957-03:00GREVE ILEGAL = ENXOFRE NO AR<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Há algum tempo, para a minha desventura, deixei de acreditar em algumas coisas fundamentais. Ah, sim, como foi triste deixar de acreditar que não existe mais Papai Noel. A realidade de que não há um bom velhinho que nos presenteia a todos, indiscriminadamente, a cada final de ano é cruel demais, e nada há de interessante em saber que nosso pai é que se esforça por cumprir esse papel. Aqueles que podem, é claro, o que ainda é pior!</div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">Percebi também que nem todo “era uma vez” dos contos de fadas tem como final um “foram felizes para sempre” na vida real. Afinal, todos conhecemos alguma gata borralheira que morreu nessa condição sem nunca ter conhecido um resgatador príncipe encantado ou deixado de padecer sua sorte. A propósito, é bom lembrar ainda que nenhum sapo, após um corajoso beijo de uma bem intencionada mocinha, se transformará naquele idílico personagem.<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">Deixei de acreditar, para minha tristeza, que é fácil ganhar em um sorteio ou na loteria, como o prêmio acumulado da Mega Sena. Mas isso é óbvio de constatar, caso contrário, tal prêmio não se acumularia com tanta frequência.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">Contudo, essas percepções reais da vida, apesar da dor pela perda do romantismo que trazem em si mesmo, não me causaram tanta consternação quanto a compreensão do que há de podre no cenário político de nosso Estado e de nosso País.</div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">Nada dói tanto quanto deixar de acreditar nas instituições que um dia nos ensinaram existirem para nos proteger. É terrível perceber como se manipulam as regras para subverter o direito. É repugnante sofrer na pele as alianças espúrias que nos roubam o que nos seria justo. <o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhW-KrVcuzmm2KdcMAXXYdXjgi2y-cABifrEhy4PDDh8C06F58OG2gVB2ofh7HjzqpXCKQXLb4qaxtaZI8L2vJDQF77h-4K6vPRDXZTQNg2dDXF8ayDurUwVrqQ_0hyABHtLx6bDmKR-zmp/s320/maldade.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; display: inline !important; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="152" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhW-KrVcuzmm2KdcMAXXYdXjgi2y-cABifrEhy4PDDh8C06F58OG2gVB2ofh7HjzqpXCKQXLb4qaxtaZI8L2vJDQF77h-4K6vPRDXZTQNg2dDXF8ayDurUwVrqQ_0hyABHtLx6bDmKR-zmp/s200/maldade.jpg" width="200" /></a>Como acreditar em um sistema corrupto, onde a lei só existe para privilegiar os mais abastados ou detentores do poder? Como ainda crer em uma justiça que tem seus olhos vendados para que possa ser imparcial em seus julgamentos, quando tão facilmente sentenças são determinadas de acordo com os conluios indecentes? Como esperar na regra constitucional da existência de poderes independentes e harmônicos entre si se o que vemos é a troca de interesses ditar as regras, mesmo que para isso se passe por cima dos direitos também constitucionais? Pasmem: quando executivo e judiciário se aliam obscenamente só resta o cheiro de enxofre, empestando o ar. <o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">Deixei de crer. Não sei se amadureci ou desvaneci, mas algo foi apagado do brilho dos meus olhos. Contudo, em algo ainda creio: que o valor da luta pelo bem é maior do que uma sentença que a torna ilegal. E que na corrupção nem o que a propõe nem o que a aceita valem tanto quanto a decência da gente que por eles tem sua vida destruída de seus sonhos.<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">Adiante, professores!<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">Ana Valéria Moraes</div>Só pensando um poucohttp://www.blogger.com/profile/09967700489995204141noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3398257507448379198.post-75557003426117574762011-08-22T14:29:00.001-03:002011-08-22T14:34:25.867-03:00A resposta está soprando no vento<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="font-family: 'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px; margin-bottom: 3px; overflow-x: hidden; overflow-y: hidden; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/w3DR98eL5mg?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div><br />
</div>Só pensando um poucohttp://www.blogger.com/profile/09967700489995204141noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3398257507448379198.post-63952728754640992502011-08-20T09:28:00.001-03:002011-08-20T09:40:00.263-03:00O Deus em que creio<span class="Apple-style-span" style="background-color: #446666; font-family: 'Trebuchet MS', Verdana, Arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><span class="Apple-style-span" style="color: purple;"></span></span><br />
<div align="justify"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://sitedepoesias.com/imagens/poemas/24183.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="http://sitedepoesias.com/imagens/poemas/24183.jpg" /></a></div><span class="Apple-style-span" style="color: purple;">A cada dia que trilho a via que me levará ao encontro com meu Criador vejo que a minha ignorância com relação às coisas eternas aumenta. Isso porque o conjunto de paradoxos que a contemplação de Deus me traz só faz aumentar e me deixa cada vez mais perplexa. Ela vai se magnificando como um aparente quadro de contradições que me convida a abrir mão até da “sensatez” em nome de algo que extrapola minhas percepções mais “fiéis”. Algo até sem sentido, mas de uma profundidade gigantesca tanto quanto plenamente alcançável até pela mais simples das pessoas. Deixa eu ver se me faço entender:<br />
Creio em um Deus que se faz presente em todas as situações, mas que é também intangível, inaudível e invisível;<br />
Creio em sua misericórdia que me torna alguém merecedora mesmo que eu não mereça nada e alguém digna de seu olhar enquanto divide sua atenção com a manutenção do brilho das estrelas mais longínquas;<br />
Creio no seu amor infinito que traz a reboque um cuidado constante comigo na mesma medida em que me deixa livre para dar minhas próprias cabeçadas;<br />
Creio que não há outra maneira de guiar a vida que sendo guiada por Ele, sem que isso signifique perda da autonomia ou passividade diante do que nos ocorre, mas também sem me isentar da responsabilidade de minhas próprias decisões;<br />
Creio que só se pode ter fé quando se abre mão de saber de tudo, conhecer tudo, ver tudo... e ainda descansar nisso;<br />
Creio em um Deus inteiramente outro, mas que se faz próximo, ao meu lado, e que se faz tão distante que não posso conhecê-lo completamente;<br />
Creio ainda em um Deus que está além de tudo que eu possa vasculhar, tão maior do que eu possa reter e tão profundo que eu possa alcançar, mas que me ama independente das limitações que tenho.<br />
De fato é grande minha ignorância, minha lista de “creios” poderia se estender bastante, mas essa falta de conhecimento não me sufoca ou me envergonha, apenas me deixa extasiada diante do Incomparável.<br />
Assim, limito-me a simplesmente reconhecer que por não saber, sei nele e que justamente por ser ele muito maior do que eu possa conter ou conceber faz-se dessa forma ser Deus – o meu poderoso Deus.</span></div><div align="justify"></div><div align="justify"><span class="Apple-style-span" style="color: purple;">Ana Valéria</span></div><div align="justify"><span class="Apple-style-span" style="color: purple;"><br />
</span></div><div align="justify"><span class="Apple-style-span" style="color: purple;"><br />
</span></div><div align="justify"><span class="Apple-style-span" style="color: purple;">(Texto publicado em um blog meu, anterior a este: http://avmoraes.blogspot.com)</span></div>Só pensando um poucohttp://www.blogger.com/profile/09967700489995204141noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3398257507448379198.post-21451088123814926522011-06-25T07:17:00.000-03:002011-06-25T07:17:30.110-03:00A História de Cabacinha*<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px;"></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcuNOUjJ2B4owmOsp1edW-0Lb144QJPbH04Mupu0uTw8A1YTzXp32fWRFFhiXcs0YZSO-gguWlCVnJDgli8LRFEyPkPblXlf6gcYeXAijGe4bu9fXkTjljITrRE0TBr9UnuqOZ7vkX7Cc/s400/pint+028.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcuNOUjJ2B4owmOsp1edW-0Lb144QJPbH04Mupu0uTw8A1YTzXp32fWRFFhiXcs0YZSO-gguWlCVnJDgli8LRFEyPkPblXlf6gcYeXAijGe4bu9fXkTjljITrRE0TBr9UnuqOZ7vkX7Cc/s200/pint+028.jpg" width="150" /></a></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Cabacinha era um homem pra lá de valente! Sua alcunha surgira de uma história ocorrida quando ainda era vaqueiro. Segundo ele, um dia, depois de vagar por horas conduzindo umas vacas, se valeu de uma cabaça que encontrou e fez dela uma espécie de chapéu, protegendo sua cabeça de ralos cabelos. De lá pra cá nunca mais a tirara. – Era mais confortável – afirmava, mostrando o formato arredondado do artifício, o que lhe valera não apenas o apelido, mas a desconfiança de que não tinha o juízo muito bom.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Fazia questão de manter a sua fama, e aqueles que ainda não lhe tinham percebido a fraqueza das ideias, corriam com medo, preferindo não ter que conferir a veracidade de suas palavras.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">De altura mediana e porte franzino, só a sua presença não assustava ninguém. Andava sempre com uma roupa puída, alpercatas bem surradas, faca na cintura e um cigarro de palha úmido que teimava em ficar apagado. Sua idade ninguém sabia, nem ele, mas certamente beirava os quarenta.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Fora assim até que um dia, na sua cidade, chegou alguém que parecia ter menos zelo com a própria vida que ele e ainda anunciava ter coragem superior.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Com altura semelhante a de seu adversário; Chico Peão, que acabara de chegar, tinha cabelos curtos e em desalinho; corpo mais roliço; roupa gasta e peito aberto até quase o umbigo com uma medalha pendurada ao pescoço; uma peixeira sob o cordão que lhe segurava as calças e chinelo de dedo de couro fedido. Um quarentão.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Dizia e acontecia. Limpava as unhas com canivete; aparava o vasto bigode com faca; apagava o cigarro na mão..., construindo a figura do homem que poderia desafiar o valentão dali. Mas, o tempo passava e nada disso acontecia, atiçando a todos para saber quem permaneceria com a fama.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Um dia, chegou o momento esperado daqueles dois se cruzarem. Até ali, nenhum deles ignorava a existência do outro, no entanto, mantinham-se à distância, para manterem suas reputações a salvo.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">O mercado já estava aberto há tempos naquela manhã e com um movimento intenso. Os boxes estavam lotados de frutas, verduras, cereais, carne seca, rapadura e algumas novidades vindas da capital. O cheiro de carne cozida misturado com o odor de frutas muito maduras passava a ideia de fartura, coisa tão preciosa ao sertanejo.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Cabacinha acordara cedo e tivera a ideia de ir lá para ver a agitação. Com a mesma motivação, seu adversário foi também. Não passou muito tempo e os dois se viram, mas se ignoraram, contudo, logo chamaram atenção dos que passavam, exigindo uma reação. Palavrões e ameaças foi o que o prevaleceu sem que nenhum dos dois tomasse a iniciativa do combate. Vendo a população que nada acontecia, alguém sugeriu um desafio: aquele que conseguisse segurar o touro mais valente das redondezas pelos chifres era o mais macho.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">No dia marcado toda a população estava no lugar combinado. A ansiedade tinha tomado conta de todos, mas, eles não compareceram, nem Cabacinha, nem Chico Peão, só o touro.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Hoje, muito tempo depois, se fala de um casal de velhos de uma cidadezinha distante, que vive junto, como marido e mulher, e que um deles usa um apetrecho estranho na cabeça.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><br />
</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Ana Valéria</div><div><br />
</div><div>*Conto meu publicado no Jornal O Povo (25/06/11)</div><div><a href="http://www.opovo.com.br/app/opovo/jornaldoleitor/2011/06/25/noticiajornaldoleitorjornal,2259218/a-historia-de-cabacinha.shtml">http://www.opovo.com.br/app/opovo/jornaldoleitor/2011/06/25/noticiajornaldoleitorjornal,2259218/a-historia-de-cabacinha.shtml</a></div>Só pensando um poucohttp://www.blogger.com/profile/09967700489995204141noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3398257507448379198.post-29200091621973407772011-06-21T14:40:00.000-03:002011-06-21T14:40:10.078-03:00A MACONHA E OS PALHAÇOS<div style="text-align: justify;"><span style="color: purple;">Será que eu entendi mesmo? </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: purple;"></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: purple;">Quer dizer que agora é legítimo o ato de ir às ruas manifestar-se a favor da liberação do uso da maconha , porque isso é apenas uso da liberdade de expressão, mas professores do município que manifestam-se para evitar a votação de um projeto enviado pela prefeitura de Fortaleza que vai totalmente contra a categoria não é legítimo? Como assim?</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: purple;">Quer dizer que protestar a favor da maconha pode, mas protestar contra um projeto que fere o piso nacional instituído pelo Governo Federal não pode?</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: purple;">Quer dizer que fazer uso do direito legítimo de greve, quando esgotaram-se todas as vias de negociação, é apenas um ato político e tal dispositivo é ilegal e abusivo, mas não acatar uma Lei sancionada pelo Presidente da República não é?</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: purple;">Quer dizer que são dignas de apoio as pessoas que vão às ruas para dizerem que a maconha deve ser liberada, mas dignos de spray de pimenta na cara os profissionais que abominam uma disposição “legal” que criaria remunerações distintas entre os de nível médio e os de nível superior?</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: purple;">Não vou entrar no mérito quanto ao uso da maconha. Se deve ser liberada ou não, deixo ao experts da área. Mas não poderia calar-me quanto ao que fazem à categoria da qual faço parte. Para dizer o mínimo: isso é uma incoerência e serve claramente para deixar patente o papel que os educadores têm nesse país: PALHAÇOS!</span></div>Só pensando um poucohttp://www.blogger.com/profile/09967700489995204141noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3398257507448379198.post-44209421938357876942011-05-25T15:11:00.004-03:002011-05-25T15:29:42.561-03:00Racha no Evangelho<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="color: magenta;">Há poucos dias mais um racha aconteceu na já combalida Igreja Betesda. Alguns pastores afastaram-se definitivamente com suas congregações (de forma sorrateira) daquela que lhe servia de ancoradouro. Lamento o ocorrido, nem tanto pelo afastamento, porque acho que algumas dessas já não faziam parte há muito tempo da igreja-mãe, mas pela forma como aconteceu.</span></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><span style="color: magenta;">Segundo cogita-se, o que teria levado a isso foi a entrevista do Pastor Ricardo (presidente nacional da Betesda) à revista Carta Capital, em que posicionou-se a favor do reconhecimento da união civil de homossexuais.<a href="http://coletto.adv.br/wp-content/uploads/2011/04/rompimento-de-noivado-danos-morais-300x225.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="http://coletto.adv.br/wp-content/uploads/2011/04/rompimento-de-noivado-danos-morais-300x225.jpg" t8="true" width="200" /></a></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: magenta;">Como disse uma amiga minha, a reação foi intensa por ter mexido nos preconceitos de muitos, já que nem todos sabem lidar com eles. Contudo, questiono qual o maior prejuízo: se reconhecer como legítimo o que o STF já referendou, evitando assim injustiças a inúmeros cidadãos e cidadãs pagadoras de impostos, portanto com todos os direitos civis a serem resguardados, ou achincalhar o nome de um líder cristão na medida em que deturpam a sua palavra, fazendo-o cheirar a enxofre por divergência de opinião?</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: magenta;">Homens e mulheres merecem ser respeitados, independente, inclusive, de sua orientação sexual, é o mínimo que se espera de cristãos. Morro de vergonha quando penso que rebuliço semelhante deve ter acontecido quando na aprovação da lei do divórcio e hoje convivemos muito bem com pessoas nessa situação, reconhecendo suas peculiaridades!</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: magenta;">Quando a Igreja vai amadurecer e aprender a separar as coisas? Quando vai compreender que vivemos em um país laico e que assumir posições radicais desse tipo apenas reforça o estereótipo de que ela é retrógrada, conservadora, antipática e pouco dada ao diálogo com aqueles que não compartilham de suas respostas prontas?</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: magenta;">Reconheço que um assunto como esse merece uma reflexão, mas acredito que pior do que mostrar-se compreensivo quanto a ele, é sair na surdina, carregando o patrimônio da congregação nas costas, deixando os desavisados a indagar-se onde fica o tal enorme amor de Deus principalmente nessas horas. </span><br />
<span style="color: magenta;">Com certeza não era isso que Jesus tinha em mente quando idealizou nossa missão evangelizadora.</span></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
<span style="color: magenta;">Ana Valéria</span><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="color: magenta;">Em tempo: aos interessados, segue abaixo o link da entrevista do Pr. Ricardo:</span><br />
<a href="http://www.cartacapital.com.br/sociedade/o-pastor-herege">http://www.cartacapital.com.br/sociedade/o-pastor-herege</a><br />
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</div>Só pensando um poucohttp://www.blogger.com/profile/09967700489995204141noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3398257507448379198.post-52094211348723055212011-05-06T19:18:00.005-03:002011-05-06T20:07:43.658-03:00A morte de uma geração<div style="text-align: justify;"><div style="text-align: center;"><span style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong>(Jovem é assassinado dentro de escola em Fortaleza)</strong></span></div><strong></strong><br />
<a href="http://www.opovo.com.br/app/fortaleza/2011/05/04/noticiafortaleza,2212524/adolescente-e-assassinado-dentro-de-escola-em-fortaleza.shtml">http://www.opovo.com.br/app/fortaleza/2011/05/04/noticiafortaleza,2212524/adolescente-e-assassinado-dentro-de-escola-em-fortaleza.shtml</a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://www.terra.com.br/mulher/infograficos/manchas/img/sangue.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" j8="true" src="http://www.terra.com.br/mulher/infograficos/manchas/img/sangue.jpg" width="180" /></a></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: red;">Oito estampidos rasgaram a alegria contumaz da noite. E um corpo registrou o fato. Então, vi mais que um quase-cadáver, agonizante, vi o retrato de uma geração incipiente, porém arfante, cega por seus não-valores.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: red;">A morte é sempre estúpida, é certo. Não há uma sequer que seja bem vinda, ainda mais quando parece um furto: em um segundo leva o que não era seu. E estando em pleno viço o que ela extinguiu?</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: red;">Mais um jovem foi-se. E, quase gelado - abertos só os olhos arregalados daqueles que o assistiam - esvaia-se, tingindo a aura até há pouco pulsante, calando planos.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: red;">Nós estupefatos: Era verdade? Testemunhamos a brutalidade de uma geração que se autofage? Foi isso mesmo?</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: red;">Quantos ainda vão morrer? Quantos e quantas ainda vão chorar - não por lamentação à vida que escolhera o que tinha por certo esse fim, mas como alimento à vingança que precisava de urgência - para que essa guerra sinalize uma trégua? Quando isso vai acabar?</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="color: red;"></span></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><span style="color: red;">Já não há mais jovens que se divertem com sua própria condição de recém-despertados para a vida. Já não há mais juventude. Há homens velhos e embrutecidos em mentes imaturas e corpos rijos, sem mais brilho nos olhos, sem mais paixão ao simples existir, pela constante exigência de prevalecer e ser tendo, custe o que custar.</span></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><span style="color: red;">Uma geração se vai. Lamentavelmente, uma geração morreu!</span></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><span style="color: red;">Ana Valéria (professora da EEFM Joaquim Alves)</span></div>Só pensando um poucohttp://www.blogger.com/profile/09967700489995204141noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3398257507448379198.post-51371389716697254352011-04-29T19:26:00.000-03:002011-04-29T19:26:16.066-03:00Uso "exclusivo" em serviço. É mesmo????<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwPxl2v_fo6AEBbqpL_NdLrtOcHh6HIsi3eKjchWt_THFCbUY5yxtN6XR7p_PO8mbffClor5SX4yfBrifvkAQldZpRDU3C9u6O0XxvFxpcQYSUthzdNxpYag6Sqydgy0p0_JwfgVc92Oc/s1600/Uso+exclusivo.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwPxl2v_fo6AEBbqpL_NdLrtOcHh6HIsi3eKjchWt_THFCbUY5yxtN6XR7p_PO8mbffClor5SX4yfBrifvkAQldZpRDU3C9u6O0XxvFxpcQYSUthzdNxpYag6Sqydgy0p0_JwfgVc92Oc/s1600/Uso+exclusivo.JPG" /></a></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Hoje me ocorreu um fato pitoresco. Ao meio dia fui buscar minha filha em uma escola aqui em Fortaleza. Chegando lá me deparei com um veículo oficial do Governo um pouco à frente, estacionado, escrito em seu parachoque a irônica frase:<strong> Uso exclusivo em serviço</strong>. E, a conclusão foi lógica: claro que aquele carro estava ali esperando por algum estudante, claro que na cabeça daquele motorista havia o direito de usar a gasolina, que é destinada à sua repartição para interesses do Estado, em um servicinho particular, esse não é o país do "pode-tudo" desde que você "possa"? E de fato foi isso que aconteceu. Minutos depois rapidamente uma mocinha fardada surge da escola e folgosamente se acomoda no banco traseiro do veículo destinado ao uso exclusivo em serviço. Ah, não podia deixar aquilo barato. Comprei uma briga com a minha filha, mas mais que imediatamente passei ao lado e gritei: - Esse carro é pra uso em serviço!!! - e fui embora. </div>Sei que isso pouco representa diante do particularismo com que muitos lidam com o bem público, mas emudecer-se é fortalecer práticas descaradas e rotineiras. Sei que o meu grito de quase nada valeu, melhor teria sido tirar uma foto do ocorrido, mas pelo menos fiz algo. <div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">No final das contas restou apenas a cara emburrada da minha filha pelo (segundo ela) constrangimento que passou diante dos colegas, mas, se os que fizessem tal coisa pelo menos se encabulassem ao agir de forma imprópria com o dinheiro nosso, um dia isso tudo se tornaria apenas um "causo" pitoresco do passado em uma roda de amigos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>Só pensando um poucohttp://www.blogger.com/profile/09967700489995204141noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3398257507448379198.post-8662478566511899812011-04-28T17:01:00.004-03:002011-04-28T20:42:29.457-03:00Para entender o que está acontecendo com os professores.<div style="text-align: justify;"><span style="color: red;">Há quase três anos foi aprovada uma lei que se referia a remuneração mínima a ser paga a todos os professores e a uma redução de sua carga horária em um terço para planejamento e outras atividades pedagógicas.</span></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><a href="http://reporterdecristo.com/wp-content/uploads/2010/12/esmola.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><span style="color: red;"><img border="0" height="200" j8="true" src="http://reporterdecristo.com/wp-content/uploads/2010/12/esmola.jpg" width="166" /></span></a><span style="color: red;">Algum tempo depois, cinco estados da nossa federação, entre eles o Ceará, entraram com uma Ação de Inconstitucionalidade (ADI 4.167) para o não-cumprimento da lei, alegando, entre outras coisas, a falta de recursos, contudo, a própria lei afirma que, uma vez que o município se encontre impossibilitado de viabilizar o pagamento por não ter caixa suficiente, a União entrará com o restante, para isso é necessário unicamente que se comprove a impossibilidade abrindo suas contas*, o que, até o ano de 2010, foi feito por somente 40 municípios num universo de mais de 5000 em todo o país. E aí os números falam por si mesmo!</span></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><span style="color: red;">No início desse mês, o STF julgou a improcedência dessa ADI e ontem deu-se também o veredito de constitucionalidade da redução da carga horária, porém com um empate quanto a este último, o que permite àqueles mais indispostos recorrerem novamente, reiniciando outra <em>via crucis</em>.</span></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><span style="color: red;">Como se vê, há um flagrante descompasso entre o propagado pelo Governo Federal através da mídia e o que de fato acontece na esfera da educação do nosso Brasil, em que vemos tantos convites glamourosos para que os jovens se tornem professores.</span></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><span style="color: red;">Se a educação fosse realmente prioridade, se os professores fossem efetivamente respeitados e dignamente pagos, se houvesse uma preocupação com os índices trágicos obtidos no cenário internacional com mudanças visíveis, a atração pela escola seria automática, sem a necessidade de tantos apelos.</span></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><span style="color: red;">Quisera eu que o tempo voltasse. Morreria eu, talvez, por não poder ensinar, que é o que mais amo fazer, mas jamais passaria por esse vexame de ter que quase mendigar para receber simplesmente o que é nosso por direito.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: red;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: red;">Ana Valéria</span><br />
<br />
<span style="color: red;"><em>*Lei 11.137</em></span><br />
<em><span style="color: red;">Art. 4o A União deverá complementar, na forma e no limite do disposto no inciso VI do caput do art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e em regulamento, a integralização de que trata o art. 3o desta Lei, nos casos em que o ente federativo, a partir da consideração dos recursos constitucionalmente vinculados à educação, não tenha disponibilidade orçamentária para cumprir o valor fixado. </span></em><br />
<em><span style="color: red;"></span></em><br />
<br />
<em><span style="color: red;">§ 1o O ente federativo deverá justificar sua necessidade e incapacidade, enviando ao Ministério da Educação solicitação fundamentada, acompanhada de planilha de custos comprovando a necessidade da complementação de que trata o caput deste artigo.</span></em><br />
<em><br />
<span style="font-size: x-small;"></span></em><br />
<em><br />
<span style="font-size: x-small;"></span></em><br />
<br />
</div>Só pensando um poucohttp://www.blogger.com/profile/09967700489995204141noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3398257507448379198.post-19571426870917301412011-04-08T18:41:00.001-03:002011-04-08T18:51:49.592-03:00Precisa-se de herois<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhycRlsdW4cZGFUGqEoc9qX0Bga3N18eCgEInYXNzTzMOvP1WO4RzQIeSfq-w2wpzd3FdbC9t4MYsGECZWMThwLjD8tjxgVD2mb8imDp9V3AIxVMhLYoa547AVUMMIMr0vkNftSNxAnqhc/s400/superman20alex20ross207.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" r6="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhycRlsdW4cZGFUGqEoc9qX0Bga3N18eCgEInYXNzTzMOvP1WO4RzQIeSfq-w2wpzd3FdbC9t4MYsGECZWMThwLjD8tjxgVD2mb8imDp9V3AIxVMhLYoa547AVUMMIMr0vkNftSNxAnqhc/s200/superman20alex20ross207.jpg" width="155" /></a></div><div style="text-align: justify;">É interessante a maneira como o Brasil cria seus herois. Estou escrevendo um dia depois da chacina do Realengo e igualmente assustada com um crime tão brutal, contudo o que muito me chamou a atenção também foi a elevação do terceiro sargento Márcio Alves à estatura de heroi por ter impedido o assassino de levar adiante seu plano. Sei que seu papel foi crucial. Qualquer pessoa em sã consciência percebe que um maior número de vítimas poderia ter ocorrido caso ele não tivesse aparecido à cena do crime, mas não estaria ele fazendo o seu papel como policial? Ou seja, não é para isso que pagamos nossos impostos também, para que a polícia aja quando necessário? Não é isso que se espera de uma autoridade? Não diminuo sua participação eficientíssima e corajosa, mas fazer dele um heroi me parece puro sensacionalismo piegas. Aliás, pelo que vejo, mais sensata é a posição dele que, perguntado por seus sentimentos diante do ocorrido, respondeu que via-se apenas como aquele que cumpriu seu papel.</div><div style="text-align: justify;">Isso me remete também à outra personalidade: o ex-vice-presidente José Alencar, um homem notável em qualificações morais (exceção à maneira que teria tratado uma moça por dizer-se sua filha ilegítima). Por que tanta comoção em sua morte? Por seu caráter, honestidade, honradez, empreendedorismo, vontade de viver...? Tudo junto ou separado? Admiro sim a maneira nobre como enfrentou sua própria senda de morte, mas não o vejo como um heroi. Ter uma postura como a sua durante a vida é o mínimo que se espera de qualquer pessoa.</div><div style="text-align: justify;">Essas duas situações apenas nos mostram como o nosso país precisa de herois pela falta de credibilidade de um povo castigado por suas próprias instituições e personalidades públicas. Neste caso vale o adágio popular: "Em terra de cego quem tem olho é rei".</div><div style="text-align: justify;">Lamento o atual estado em que nos encontramos, boiando num mar de lama. Contudo, melhor assim que fazer de jogadores de futebol de caráter duvidoso e claro envolvimento com tráfico símbolos a uma juventude que já não sabe para onde olhar em busca de referenciais.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ana Valéria</div>Só pensando um poucohttp://www.blogger.com/profile/09967700489995204141noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3398257507448379198.post-36641702193333492012011-03-06T15:34:00.004-03:002011-03-09T12:43:06.781-03:00OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA E A HISTÓRIA DAS COISAS<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><span style="color: red;">Quero lhe convidar a assistir a dois documentários que expõem a lógica do consumo e também a se posicionar em relação a isso. Lembre-se: não existe posição neutra, se você não escolher há quem escolha por você e, nesse caso, você torna-se presa fácil como inocente útil nessa cadeia capitalista.</span></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><span style="color: red;">O primeiro vídeo tem cerca de cinquenta minutos, já o outro tem vinte. Contudo, ambos são igualmente bons.Um detalhe: o primeiro está em espanhol, sem legendas, mas o outro é dublado. Veja-os e reflita um pouco</span></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><span style="color: red;"><br />
</span></div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><span style="color: red;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/QosF0b0i2f0?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></span></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><span style="color: red;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/lgmTfPzLl4E?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></span></div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><br />
</div><span style="color: red;">Um abraço.</span>Só pensando um poucohttp://www.blogger.com/profile/09967700489995204141noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3398257507448379198.post-82211290493852244042011-02-11T16:43:00.003-03:002011-05-22T09:22:07.426-03:00RELIGIÃO E FAMÍLIA<div style="text-align: justify;"><span style="color: #cc0000;">Quanto mais tempo passo na igreja menos entendo a religião (e é porque já se vão mais de 25 anos de militância)</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #cc0000;">Penso que fazer parte dessa instituição seria algo como ser família: um misto de paixões vivido a cada encontro. Sem exageros passionais, é claro.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #cc0000;">Mas seria fácil demais. Inventaram assim as regras, doutrinas, liturgias, credos, catecismos e coisas semelhantes, que, se não ocupando o seu devido papel secundário, matam qualquer boa relação <em>eclesiástico-familiar</em>.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #cc0000;">Não poderíamos apenas acolher e sermos acolhidos, como acontece num domingo na casa do primo que nos oferece uma feijoada como desculpa para ver todo mundo junto? Não poderíamos simplesmente reconhecermo-nos como desafortunadamente imperfeitos e, por isso mesmo, devedores sempre uns aos outros? Não poderíamos apenas celebrar a vida, compartilhando com o outro este dom maravilhoso?</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://farm1.static.flickr.com/159/351532599_9d609e7103.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><span style="color: #cc0000;"><img border="0" h5="true" height="200" src="http://farm1.static.flickr.com/159/351532599_9d609e7103.jpg" width="160" /></span></a></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #cc0000;">Mas não, criamos imperativos recheados de <em>senões</em> para tornarmos nossa relação quase intragável ou pelo menos de difícil convivência.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #cc0000;">Que diferença faz o dia em que nos reunimos? Que sentido tem a aparência externa se somos irmãos? Por que tantas imposições como se fôssemos seres acéfalos irremediavelmente perdidos e eternamente carentes de supervisão? Por que tanto jogo de culpa ou promessas de manipulação numa ilusória barganha? Pra que tanto falatório e tão pouco cuidado, contato, aceitação?</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #cc0000;">De fato não entendo o papel da religião. Mais: acho-a completamente dispensável e desagradavelmente inútil.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #cc0000;">Numa relação em que me vejo igualmente responsável pelo outro não há necessidade de regras para uma boa convivência, só do amor que nos une bem praticado, gastado, como uma vela que se consome ao iluminar. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #cc0000;">Duvido que em uma circunstância como essa alguém ainda vai precisar dizer o que não deve ser feito ou simplesmente o que se deve ser. Duvido que ainda se precise dessa invenção!</span><br />
<span style="color: #cc0000;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: blue;"><b>Texto publicado na coluna Espiritualidade do jornal O Povo, em 21/05/2011, vide:</b></span><br />
<span style="color: #cc0000;"><a href="http://www.opovo.com.br/app/opovo/espiritualidade/2011/05/21/noticiaespiritualidadejornal,2247431/religiao-e-familia.shtml">http://www.opovo.com.br/app/opovo/espiritualidade/2011/05/21/noticiaespiritualidadejornal,2247431/religiao-e-familia.shtml</a></span></div>Só pensando um poucohttp://www.blogger.com/profile/09967700489995204141noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3398257507448379198.post-45710983852051835882011-02-03T18:51:00.003-03:002011-04-04T15:46:00.015-03:00Daltonismo Religioso (II) *<div style="text-align: justify;">Desenvolvendo mais um pouquinho o tema do <em>daltonismo. </em></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Creio que você concorda comigo que Jesus não deixou nada escrito. A única vez que o vimos escrevendo foi no episódio da mulher adúltera trazida pelos religiosos, e o palco de escrita era a areia. Nada mais efêmero! Mas, por que estou mencionando isso? Para lembrar que todos os relatos neotestamentários estão direta ou indiretamente relacionados com seus discursos, mas nunca saíram de sua própria pena. Nunca, absolutamente jamais, foram registrados por ele.</div></div><div style="text-align: justify;"><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><a href="http://escrevendonaterra.files.wordpress.com/2009/04/cora_o_na_areia.jpg?w=400&h=275" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="137" s5="true" src="http://escrevendonaterra.files.wordpress.com/2009/04/cora_o_na_areia.jpg?w=400&h=275" width="200" /></a>Se compreendemos que tudo que se passa ao nosso redor sofre um processo de interpretação e que esse está proporcionalmente relacionado ao que entendemos de mundo, nada está isento ao nosso "daltonismo interpretativo". Compreende? </div></div><div style="text-align: justify;">Ora, some-se às palavras de Jesus o conhecimento de mundo de cada um dos apóstolos e você terá uma compreensão específica ao que fora dito, como uma espécie de encaixe perfeito ao quebra-cabeça de cada vida ali. </div><div style="text-align: justify;">Não estou afirmando que necessariamente as compreensões obtidas por eles estejam em conflito ao que foi ensinado por Cristo se colocadas lado a lado, mas sim que não se pode extrair do que foi entendido pelos evangelistas as precompreensões que cada um trazia consigo.</div><div style="text-align: justify;">É mais do que claro que um homem letrado como Mateus (cobrador de impostos) não tem a mesma percepção de vida que um rude pescador chamado Pedro, porque ambos têm suas experiências, seus percalços e desafios que delinearam suas personalidades distintas. Daí a abordagem de Jesus ser apropriada a cada homem porque fala às necessidades específicas de cada um, como ainda hoje é.</div><div style="text-align: justify;">Sentindo a urgência de que as suas palavras passassem às gerações seguintes os evangelhos foram escritos. Sugiram então vários registros, e dentre esses alguns chegaram até nós, contudo, todos feitos a partir de mãos de homens que viveram suas próprias experiências e que fizeram, portanto, suas próprias interpretações e pontes a partir do que fora ouvido e vivenciado.</div><div style="text-align: justify;">Toda essa minha discussão é para mostrar que de maneira alguma podemos nos prender radicalmente aos escritos. Como já mencionei, em lugar nenhum há palavras <em>ipsis literis</em> de Cristo, por mais que elas convirjam em textos paralelos. Portanto, nos atermos a picuinhas literárias para discutirmos nossas diferenças é tão farisaico quanto foi nos tempos em que ele andou entre nós. Suas palavras foram justamente agudas e contundentes contra os que pretendiam fazer dest sentenças de acusação. Longe de fronteiras eclesiásticas<em>, </em>guetos religiosos ou barricadas de abrigo contra os infiéis, seus ensinamentos extrapolaram esses limites.</div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRvCS_wylmJFLY9glzE4xtBEL0F700jYkVDlKJGPSAwg0HIKrPkUXERtcxt6Q9y5Qic6mK3fGEFBMGVKXkwS-ubH37IxOwqFTNTmE-ZRlW2gfbsuMThHaBWPolueipMOd5L6YZohOoCZ0/s320/oculos-de-grau-12016-9190-thumb-280.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" h5="true" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRvCS_wylmJFLY9glzE4xtBEL0F700jYkVDlKJGPSAwg0HIKrPkUXERtcxt6Q9y5Qic6mK3fGEFBMGVKXkwS-ubH37IxOwqFTNTmE-ZRlW2gfbsuMThHaBWPolueipMOd5L6YZohOoCZ0/s200/oculos-de-grau-12016-9190-thumb-280.jpg" width="200" /></a></div>Deus é maior que a Bíblia, porque esta o limita; maior que palavras religiosas porque estas são infiéis ao tentar retratá-lo. Maior do que qualquer compreensão.</div><div style="text-align: justify;"><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Se pararmos de fazê-lo caber dentro de nossos conceitos interpretativos vesgos certamente muita coisa mudará dentro da cada um de nós. Posso até continuar vendo de maneira daltônica, mas terei consciência que eu e não o outro é que precisa ver-se como alguém a estar sempre adequando a visão.</div></div><div style="text-align: justify;">Mais sensato seria se percebêssemos nosso olhar como restrito à pequenez de nosso mundo. Somos, cada um de nós, universos a parte, construídos por nós mesmos. </div><div style="text-align: justify;">Dentro dessa perspectiva facetada da vida, ajudaríamos muito mais se ao invés de Livros usássemos <em>óculos</em>, respeitando-nos como partes de um todo muito maior. </div><div style="text-align: justify;">A humanidade agradeceria.<br />
<br />
* Texto publicado no jornal O Povo, na coluna Espiritualidade, no dia 02 de abril de 2011.<br />
<a href="http://www.opovo.com.br/app/opovo/espiritualidade/2011/04/02/noticiaespiritualidadejornal,2120935/daltonismo-religioso-ii.shtml">http://www.opovo.com.br/app/opovo/espiritualidade/2011/04/02/noticiaespiritualidadejornal,2120935/daltonismo-religioso-ii.shtml</a><br />
<br />
</div>Só pensando um poucohttp://www.blogger.com/profile/09967700489995204141noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-3398257507448379198.post-22647168608518158172011-02-02T16:27:00.003-03:002011-03-14T15:35:25.037-03:00Daltonismo Religioso*<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Esses dias lembrei-me de uma anomalia visual congênita bem peculiar: o daltonismo. Não sei se você sabe, mas daltonismo é o impedimento visual da percepção de uma ou mais cores. Dessa forma, quem apresenta esse distúrbio não percebe as cores como os de visão normal. Assim, há aqueles que não distinguem os tons verde e vermelho, outros o azul e o amarelo, outros que enxergam apenas em preto e branco e, por último, há os que percebem os tons das cores alterados. </div><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/e/e8/SS-dalton.jpg/400px-SS-dalton.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="200" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/e/e8/SS-dalton.jpg/400px-SS-dalton.jpg" width="133" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">John Dalton<br />
<span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br />
</span></td></tr>
</tbody></table><div style="text-align: justify;">Lendo um pouco mais a respeito (aos que não sabem leciono Biologia, por isso meu interesse) uma coisa em especial me chamou a atenção: saber que John Dalton, o cientista que primeiro definiu tal distúrbio, era, ele mesmo, seu portador. Veja que interessante: não sei porque mas um dia ele notou que a cor que percebia em sua retina não era a mesma cor que outras pessoas viam e isso o levou à descoberta de seu distúrbio visual.</div><div style="text-align: justify;">É intrigante pensar como alguém, sem ter algo como padrão a não ser a si mesmo, possa notar que não enxerga da mesma maneira que as demais pessoas. Como poderia saber que seu verde não era realmente verde, por exemplo? Ou que sua percepção de cores era toda alterada? </div><div style="text-align: justify;">Justiça seja feita, mais do que percepção científica é impossível não reconhecer em Dalton humildade por ver em si mesmo e não nos outros um defeito de percepção. Ele era quem via errado.</div><div style="text-align: justify;">Pensando bem e alargando esse assunto, gostaria de abranger esse tema para muitas outras percepções. </div><div style="text-align: justify;">Todos nós de uma certa maneira enxergamos a partir de nossos próprios pontos de vista. Não seria leviano afirmar que tudo que enxergo é fruto de minha própria interpretação. Não há como algo ser visto sem qualquer influência daquilo que considero como padrão, mas, lembrando, sempre o meu padrão. Dessa forma, tudo sobre o que falo ou penso e a maneira como ajo deve-se à forma como leio e interpreto a minha realidade e tudo que está ao meu redor. Daí poder-se afirmar que tudo o que vejo é uma construção minha.</div><div style="text-align: justify;">Diante disso a pergunta que nos cabe é a seguinte: por que meu ponto de vista é o certo? por que ele é o padrão? Por que o meu <i>verde</i> é que é o <i>verde </i>que determinará os demais? Desde que entendo o outro como alguém que tem também sua própria interpretação não poderia me arvorar do direito de afirmar que o certo é o que penso, o que EU vejo.</div><div style="text-align: justify;">Sei que muitas coisas nos servem de parâmetro, mas até determinados padrões são construções culturais, sociais e/ou religiosas, portanto, deveriam ser encarados como uma trilha a ser perseguida e não como trilho. Qualquer expectativa além disso envereda-se pelo perigoso caminho do fanatismo.</div><div style="text-align: justify;">Não me tenha por relativista. Sinceramente não é isso que quero mostrar. Apenas desejo destacar a necessidade de vermo-nos como alvos de misericórdia e complacência uns para com os outros em nossas sempre parciais interpretações. Afinal, o outro também vê, assim como eu. </div><div style="text-align: justify;">Só há uma coisa absoluta a ser considerada em qualquer caso: o amor. Portanto, se até a religião que abraço me leva a posições intransigentes e intolerantes em relação ao outro, quem sabe não está mais do que na hora de rever no que ando crendo. Possivelmente me descobrirei um daltônico.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/df/Testcol2.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/df/Testcol2.png" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: sans-serif; font-size: 11px; line-height: 15px;">Figura do teste de Ishihara, método utilizado para diagnosticar o daltonismo. O número 8 somente é vísivel para as pessoas de visão normal.</span></td></tr>
</tbody></table></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="color: blue;">* <strong>Texto publicado no jornal O POVO </strong></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="color: blue;"><strong>Dia 26 de fevereiro de 2011</strong></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">(<a href="http://www.opovo.com.br/app/opovo/espiritualidade/2011/02/26/noticiaespiritualidadejornal,2107501/daltonismo-religioso.shtml">http://www.opovo.com.br/app/opovo/espiritualidade/2011/02/26/noticiaespiritualidadejornal,2107501/daltonismo-religioso.shtml</a>)</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="color: blue;"><strong>Dia 05 de março de 2011</strong></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">(<a href="http://www.opovo.com.br/app/opovo/espiritualidade/2011/03/05/noticiaespiritualidadejornal,2110307/daltonismo-religioso.shtml">http://www.opovo.com.br/app/opovo/espiritualidade/2011/03/05/noticiaespiritualidadejornal,2110307/daltonismo-religioso.shtml</a>)</div>Só pensando um poucohttp://www.blogger.com/profile/09967700489995204141noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3398257507448379198.post-33804121119559341072011-01-10T19:36:00.000-03:002011-01-10T19:36:08.437-03:00Na contra-mão da tecnologia<div style="text-align: justify;">Desde a semana passada estou como se tivesse cometido um pecado inominável e imperdoável. Um incômodo sugerindo constantemente um conserto, uma retratação. Estou na quase condição de uma herege, ou de alguém que tivesse cometido alguma falta que reclamasse a condição de pessoa civilizada, talvez como tendo caído no décimo e algum mandamento. E, veja só, Isso tudo porque excluí meu perfil do Orkut. </div><div style="text-align: justify;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://recados.hlera.com.br/dicas/imgs/pagina_inicial_orkut.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="155" n4="true" src="http://recados.hlera.com.br/dicas/imgs/pagina_inicial_orkut.jpg" width="200" /></a></div><div style="text-align: justify;">Sinto-me como se tivesse optado pela idade da pedra lascada tecnológica ou coisa semelhante, afinal, pus-me no vértice do mundo em um tempo em que participar de coisas semelhantes é condição para sentir-se viva. Optar por tamanha insanidade em pleno século XXI é como escolher o trotar lânguido de uma mula à celeridade de uma veloz Ferrari. </div><div style="text-align: justify;">Mas, se vale uma explicação, ei-la: fiz isso porque cansei de receber scraps adocicados e gentis enviados por pessoas que passam por mim e mal me dirigem a palavra. (O que fizeram com a velha e saudosa franqueza pessoal? Ou com o aconchegante e empático olhar?) Também porque cansei de diariamente precisar olhar minha página por temer que alguém se achasse diminuído por não ter me lembrado de seu aniversário, afinal há dias um aviso estava diante de meus olhos. (Quanta insensibilidade!) E ainda por me sentir na obrigação de responder a todos aqueles que nem sabem como estou, mas, numa espécie de mala-direta cega, distribuem declarações de amizade eterna e fidelidade. </div><div style="text-align: justify;">Pode ser que eu me coloque na contramão das tendências atuais entre tantos facebooks, twitters e orkuts que conceituam nossa época. Talvez me caiba bem a definição, contudo,na minha opinião, há certas mudanças que não deviam ser vistas como evolução em termos de convívio social ou relacionamento. Não sinto falta de palavras ternas de quem não se importa comigo e que até há pouco nem lembrava que eu existia. E você pode dizer que estou sendo ingrata ou que nem todos poderiam ser enquadrados dessa forma. É verdade. Não posso ser injusta a tal ponto. Contudo, todos sabem que essa é a regra. Portanto, entendo que não podemos querer substituir a essência de nossos relacionamentos por virtualidades circunstanciais. </div><div style="text-align: justify;">Prefiro o abraço apertado, o telefonema saudoso, ou até mesmo um e-mail dedicado de quem nem sempre pode me ver, porque posso me sentir como individualmente lembrada e amada. E se a isso dão o nome de antipopularidade, que seja. O tempo e a idade me ensinaram a não me importar se não consigo, dessa maneira, superar o número de contatos que fariam de mim uma pessoa de invejável perfil.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Tenho a impressão que ainda vou sentir algum tempo como se tivesse cometido algo brutalmente incorrigível. É incrível o que fazem conosco em termos de ditames do que é aceitável e exigível, do que nos torna alguém bem relacionado. Contudo, antes ser tachada de retrógrada a aceitar como prova de bem-querer tantos contatos de quem sequer conheço por um simples e inócuo status. Creia-me, dá para viver sem.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><br />
</div><br />
<div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"></div>Só pensando um poucohttp://www.blogger.com/profile/09967700489995204141noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3398257507448379198.post-84807447002078385592011-01-06T17:19:00.003-03:002011-09-06T16:06:14.174-03:00Esperança*<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZeMWrwTpMWR65O_uB3xxbGCmKvfmFvZdTSVKZfulyHKj88_iVsDn9WZ20NgNt4r0YyPH3G1lC-TISswf7rUPkUmXSXoMbrKkpHJmfgm_PERaB-PD2bNeW2DIs76J2W3Ej4zuCoyNiHX4/s1600/espe.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; height: 191px; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; width: 285px;"><img border="0" height="149" n4="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZeMWrwTpMWR65O_uB3xxbGCmKvfmFvZdTSVKZfulyHKj88_iVsDn9WZ20NgNt4r0YyPH3G1lC-TISswf7rUPkUmXSXoMbrKkpHJmfgm_PERaB-PD2bNeW2DIs76J2W3Ej4zuCoyNiHX4/s200/espe.jpg" width="200" /></a></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #274e13;">Acho que hoje descobri o que é esperança: é aquela pontinha de alguma coisa que teima em continuar existindo, mesmo quando você tem mais do que motivos para não acreditar mais. Você pode até chamar de ilusão ou de ingenuidade, mas quero me agarrar a esse fiozinho de expectativa boa – nem sabia que tinha mais – que ainda há dentro de mim, posso? Tudo isso porque ouvi no discurso de nossa recente empossada presidenta da República que os professores devem ser vistos como a autoridade na sala de aula, numa leve alusão que precisamos ser mais respeitados.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #274e13;">Não me prendo ao termo autoridade em si. Não é isso que realmente interessa, mas é que talvez você não tenha ideia de como é se sentir há décadas como o principal (ou seria o único?) culpado pelo descalabro generalizado que há na educação. Se o aluno não é aprovado; se não aprende; se não frequenta as aulas; se desiste antes de terminar o ano; se não consegue discernir o que lê... enfim, tudo é culpa daquele que sai de casa todos os dias só pensando em fazer nada quando chega em sala de aula (segundo o que pensam), e senta-se atrás de um confortável birô, na frente de um quadro multimídia, em uma sala de acústica perfeita, olhando o relógio a cada cinco minutos, enquanto uma turma superinteressada impacienta-se ao não aprender nada naquele dia.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #274e13;">Talvez o Brasil esteja chegando ao ponto de discutir essa relação de forma mais madura. Talvez esteja pronto para parar de procurar culpados e encontrar o lugar que cada pessoa ocupa nessa triste realidade educacional</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #274e13;">Não se faz educação só em sala de aula, tampouco apenas com o professor. A sociedade precisa entender que nesse processo há participação plena de todos: desde os exemplos dados pelas autoridades à relação que acontece na família de cada um. Será que é isso que está sendo apontado por nossa líder?</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #274e13;">Aquece-me o ânimo pensar que alguma coisa ainda possa acontecer. Mais do que aumento de índices para inglês ver (ou seria búlgaro?), exulto em ainda ter a possibilidade de ver a educação sendo levada a sério.</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="color: #274e13;"></span></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><span style="color: #274e13;">Não seria a primeira vez que esse tipo de coisa acontece comigo. De vez em quando me vejo querendo crer em algumas coisas atípicas da nossa realidade (loucura ou utopia?), mas o simples fato de ter descoberto isso em mim me fez bem. Pelo menos me fez perceber que ainda creio em milagres.</span></div><span style="color: #274e13;"></span><br />
<div style="text-align: justify;"></div><span style="color: #274e13;"></span><br />
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><span style="color: #274e13;"><br />
</span></div><br />
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><span style="color: #274e13;">Ana Valéria Moraes</span><br />
<br />
<span style="color: #274e13;">Texto publicado no Jornal O Povo</span><br />
<span style="color: #274e13;">em 20 de agosto de 2011</span><br />
<span style="color: #274e13;"><a href="http://www.opovo.com.br/app/opovo/jornaldoleitor/2011/08/20/noticiajornaldoleitorjornal,2280954/esperanca.shtml">http://www.opovo.com.br/app/opovo/jornaldoleitor/2011/08/20/noticiajornaldoleitorjornal,2280954/esperanca.shtml</a></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: #274e13;">em 02 de abril de 2011</span><br />
<div style="text-align: justify;"><span style="color: #274e13;">http://www.opovo.com.br/app/opovo/jornaldoleitor/2011/04/02/noticiajornaldoleitorjornal,2119204/esperanca.shtml</span></div></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div>Só pensando um poucohttp://www.blogger.com/profile/09967700489995204141noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3398257507448379198.post-67367356295726312372010-11-04T16:51:00.003-03:002011-05-01T08:50:51.041-03:00SER HUMANO<div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEius8za7qCsKaZL14GiZhCx3TRws-Ipo6raRDmSxSH_y8omZzy7o35-zjygvNY6Gu7vqXSIKPLrjUziawVrFxDW8GeK6hkjwwppVgwJP1wcw5vchF-Ldk3ge9Y-Kvb0N-RQXfN8D_6CRKQa/s320/hipocrisia+2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="197" px="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEius8za7qCsKaZL14GiZhCx3TRws-Ipo6raRDmSxSH_y8omZzy7o35-zjygvNY6Gu7vqXSIKPLrjUziawVrFxDW8GeK6hkjwwppVgwJP1wcw5vchF-Ldk3ge9Y-Kvb0N-RQXfN8D_6CRKQa/s200/hipocrisia+2.jpg" width="200" /></a><span style="color: #351c75;">Pense um pouco e pondere comigo:<br />
1. Como as irmãs de Lázaro se sentiram por Jesus não ter atendido imediatamente ao seu pedido de socorro, sabendo que ele estava a menos de trinta minutos de distância de Betânia? (João 11)<br />
2. O que passou pela cabeça de Pedro ao ver-se flagrado por Jesus após o canto do galo que denunciava sua traição? (Lucas 22)<br />
3. Como se sentiu aquele pai que ao rogar pela cura de seu filho doente em outra cidade, ouviu que podia retornar que o garoto estaria curado? (João 4)<br />
4. Qual terá sido a reação da viúva de Naim ao ver um estranho se aproximar do caixão de seu filho de forma furtiva, minutos antes do restauração da vida do rapaz? (Lucas 7)<br />
5. Como os discípulos olharam para Jesus ao vê-lo dormir enquanto o barco onde estavam se enchia ao ser açoitado pelas ondas? (Marcos 4)<br />
7. O que Pedro, João e Tiago sentiram ao ver Jesus chorando e rogando por sua própria vida em sua última noite? (Mateus 26)<br />
6. Qual o sentimento daqueles mesmos discípulos no Getsêmani ao se perceberem tendo dedicado três anos de suas vidas a um profeta e o verem sendo levado sem qualquer reação ao encontro da morte? (Mateus 26)<br />
<br />
Esses episódios são apenas alguns dos exemplos bíblicos que passam despercebidos por nós no aspecto da emoção humana. Eu não hesito em afirmar que ali estavam presentes a decepção, revolta, angústia, pavor e coisas semelhantes. Sintomas que denunciam tão somente a humanidade daqueles personagens.<br />
Nenhum daqueles homens e mulheres eram "super qualquer coisa", mas pessoas de carne e osso enfrentando seus dilemas mais profundos ao se depararem com uma pessoa de quem esperavam, muito provavelmente, uma reação diferente, ou talvez, em um primeiro momento, mais especial.<br />
As irmãs de Lázaro, como eram muito amadas pelo Mestre, certamente esperaram um tratamento diferenciado. Pedro, uma reprimenda imediata vinda dos céus. Aquele pai deve ter esperado mais atenção de Jesus. A viúva certamente se sentiu ultrajada. Os discípulos no barco imaginaram que suas vidas não tinha o menor valor. E os três, ao verem a cena da oração, decepcionaram-se com a fragilidade de alguém que várias vezes se mostrou inabalável e provavelmente lamentaram o tempo que perderam com ele. São todas cenas com cheiro de gente!<br />
Admira-me muito cobrarmos de nós mesmos e dos outros reações diferentes, como se fôssemos melhores que aqueles que conviveram ou tiveram um encontro real com Cristo. A nós é proibido emoções semelhantes como se não nos corresse nas veias sangue. Pura pretensão!<br />
Não me atrevo a ir além daqueles porque não me vejo em situação mais privilegiada. Sou tão humana quanto. Talvez o que nos distinga deles seja a visão posterior de tudo com a certeza da motivação que havia por trás, a própria Bíblia nos esclarece, mas isso não precisa ser necessariamente uma vantagem porque a distância também embota a cor do momento.<br />
Por ser gente dou-me o direito de duvidar, de frustrar-me, de impacientar-me, porque não posso ser diferente nem quero me neurotizar. Preciso diariamente da misericórdia divina porque são essas mesmas reações que me lembram do fosso que há entre nós e Ele.<br />
Sejamos mais maduros. Não alcançamos ainda a estatura de perfeição que nos está reservada e enquanto estivermos por aqui é assim que será, por mais que almejemos o contrário. Querermos diferente é tornarmo-nos candidato à hipocrisia mais deslavada ou a uma vida patética de mero cinismo religioso, o que não valeria um tostão na prática cristã.</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="color: #351c75;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="color: #351c75;">Ana Valéria</span></div><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: red;"><b>Texto publicado no jornal O Povo, com o título "Apenas Ser Humano" em 16 de abril de 2011</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: red;"><a href="http://www.opovo.com.br/app/opovo/espiritualidade/2011/04/16/noticiaespiritualidadejornal,2128142/apenas-ser-humano.shtml">http://www.opovo.com.br/app/opovo/espiritualidade/2011/04/16/noticiaespiritualidadejornal,2128142/apenas-ser-humano.shtml</a></span><br />
<div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"></div>Só pensando um poucohttp://www.blogger.com/profile/09967700489995204141noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3398257507448379198.post-80373927992525339472010-11-02T22:51:00.004-03:002011-07-17T08:26:36.371-03:00Naufrágio<div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVprWUkHtdkwOkLBpWqYn0mUK1EliaWqkMyNXa0jZtSyrlOmB-i7OA1b_C_4jqwnSGd-Og6TtRt7w61S48Z8qTu1EJBR3CZr6081uUDVZU-m7CRUruzmse4Kro-RexUU2ko3qO0E2TXbs/s1600/Barco+afundando.bmp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="163" nx="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVprWUkHtdkwOkLBpWqYn0mUK1EliaWqkMyNXa0jZtSyrlOmB-i7OA1b_C_4jqwnSGd-Og6TtRt7w61S48Z8qTu1EJBR3CZr6081uUDVZU-m7CRUruzmse4Kro-RexUU2ko3qO0E2TXbs/s200/Barco+afundando.bmp" width="200" /></a></div><div style="text-align: justify;">Ainda esses dias estava me lembrando de um momento vivido na minha infância. Quando menina era apavorada com histórias de fim do mundo. Essas coisas chegavam a me tirar o sono. Recordo então que certo dia uma outra criança veio me falar justamente sobre a certeza que um dia o mundo deixaria de existir com fogo, tirando-me a paz. Fiquei em pânico, não podia acreditar! Pensei logo que precisava me certificar da veracidade daquela informação. Dessa forma, com a expectativa da destruição vindoura, fiz o que qualquer criança faz: procurei meu pai. Na época talvez tivesse uns oito anos. </div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Diante do meu questionamento e, talvez, pela minha cara de pavor, ele compreensivelmente logo procurou sanar todas as minhas angústias e me afirmou, com a certeza que só os pais têm, que o mundo nunca se acabaria, que quem se acaba são as pessoas. </div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Você não tem idéia de como isso me tranquilizou. Assumi completamente a sua fala: o mundo não vai acabar! e não deixei mais que me apavorassem com aquele tipo de vaticínio descabido.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Por que estou falando sobre isso? Para dizer que sinto falta dessa época. Época em que a afirmação de meu pai era suficiente para me tranquilizar a alma. Época em que bastava a certeza de alguém para que essa passase a ser minha também. Época de uma doce ingenuidade. Época em que a verdade era uma certeza inquestionável e plenamente aceitável. Mas, essa menina deixou de existir.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Hoje duvido de quase tudo e sofro com isso. Às vezes a ignorância é terapêutica pois nos dá algo a que nos agarrarmos, nem que seja à convicção do outro. Por isso, sinto saudade de mim mesma, da serenidade de um mar domado, principalmente no quesito religião.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Passeio entre rincões sagrados hoje e não consigo mais ter as mesmas certezas de vinte anos atrás. Duvido de muitas letras de músicas cristãs; escuto com desconfiança a fala de muitos líderes engravatados atrás de seus púlpitos elevados; ponho em xeque muitas afirmações de <em>best-sellers gospel</em>; sinto náuseas ao assistir alguns programas, ditos, evangelísticos e não me sinto mais à vontade em lugares que antes para mim eram tradicionalmente cantos de presença do divino.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Minha devoção à Bíblia passou a ter outro sabor: matizaram intensamente minha visão do mundo, tornando-o mais humano e menos pio. Também já não consigo fazer com que certas coisas caibam absolutamente dentro de afirmações livrescas, porque vejo-as maiores que essas. E já não tenho mais resposta para tudo, ou, pelo menos, dou-me o direito de não tentar mais ter. Dessa forma, vejo-me constantemente assaltada por dúvidas avassaladoras que me tomam as únicas "certezas" que ainda carrego, fazendo-me sentir, em muitos aspectos, inveja da calmaria em que vivia.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Nos dias da minha infância, bastava correr aos braços do meu pai. Hoje isso já não me basta, aquela doce passividade perdeu-se com o tempo e a experiência. Sou naufrágios em pessoa. Esgarço-me diariamente. Contudo, é certo que de algum modo é bem mais doloroso viver assim. A "não-ignorância" tem seu preço. Mas, sinceramente, ainda prefiro estar como estou a me ver tão facilmente carregada de um lado para o outro, à deriva, por convicções propagadas por outros, que não minhas.<br />
<br />
<span class="Apple-style-span" style="color: red;">Texto publicado no jornal O Povo, coluna espiritualidade, em 16/07/2011:</span><br />
<a href="http://www.opovo.com.br/app/opovo/espiritualidade/2011/07/16/noticiaespiritualidadejornal,2268183/naufragio.shtml">http://www.opovo.com.br/app/opovo/espiritualidade/2011/07/16/noticiaespiritualidadejornal,2268183/naufragio.shtml</a><br />
<br />
</div><div align="justify" class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVprWUkHtdkwOkLBpWqYn0mUK1EliaWqkMyNXa0jZtSyrlOmB-i7OA1b_C_4jqwnSGd-Og6TtRt7w61S48Z8qTu1EJBR3CZr6081uUDVZU-m7CRUruzmse4Kro-RexUU2ko3qO0E2TXbs/s1600/Barco+afundando.bmp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a></div>Só pensando um poucohttp://www.blogger.com/profile/09967700489995204141noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3398257507448379198.post-89268212571858964132010-10-21T18:05:00.002-03:002010-10-21T18:33:03.125-03:00Vida Injusta<div style="text-align: justify;"><a href="http://ux.brookdalecc.edu/fac/socsci/Scales_of_justice2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="http://ux.brookdalecc.edu/fac/socsci/Scales_of_justice2.jpg" width="173" /></a>Diante de algumas circunstâncias percebidas essa semana, andei matutando em quantas vezes nos deparamos com situações que são completamente inexplicáveis pelo senso de justiça. Por exemplo, quem nunca se viu perplexo diante de uma morte prematura de uma existência em pleno viço? Ou de uma história claramente injusta, mas perpetuada, sem chance de mudança? Ainda outro dia escutei sobre uma moça que mal viu a vida passar porque teve que se dedicar a cuidar de seu pai até que esse morresse, em seguida passou a cuidar da mãe que logo caiu enferma de morte, e, por último,após enterrá-la, ela mesma adoeceu e morreu. Como podemos ainda encarar a realidade quando ela se mostra tão cruel e sem uma solução que nos aplane os ânimos e mesmo assim acreditar que vai dar tudo certo? </div><div style="text-align: justify;">Diante de situações como essas, apenas me ocorre as palavras do apóstolo Paulo: "<i>Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens</i>" (1Cor 15:19), porque definitivamente de justa essa existência não tem nada. E não adianta recorrer aos céus, aos deuses, ou seja lá a quem for, porque diariamente vemos a prosperidade do mal e o insucesso dos bons; ricos corruptos gozando uma vida de benesses e pobres honestos padecendo à míngua pelo mínimo necessário.</div><div style="text-align: justify;">Há um provérbio muito citado para explicar alguns eventos que nos ocorrem: "Aqui se faz, aqui se paga" ou "Quem semeia vento colhe tempestades", mas e quando somos as mais corretas pessoas que podemos ser, e, mesmo assim, somos surpreendidos por furacões que nos destroem tudo? Como ficam essas "certezas"? E quando somos os melhores filhos, ou pais, ou cônjuges, ou profissionais e nos vemos no momento seguinte vivendo um inusitado estilo de vida que alguém, por seu extremo egoísmo ou inconsequência, "escolheu" por nós? Você ainda vai querer me convencer que estou somente vivendo o que escolhi???</div><div style="text-align: justify;">No entanto, vale recordar que o mesmo Paulo afirma mais adiante, dando-me a esperança que posso até não ver o resultado certo e inequívoco de uma vida reta aqui, mas que o verei depois: "<i>Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem"</i>.(1 Cor 15:20). Há mais, muito mais, do que essa existência aqui! E isso não é escapismo ou alienação é a resposta cristã, já que não creio que seja mais justo pensar que vivo um carma de uma existência passada, por ser cruel demais ver-me pagando por algo que nem mesmo tenho consciência de ter feito - aí já extrapola meu senso de equidade. Ele ressuscitou e eu, um dia, o seguirei.</div><div style="text-align: justify;">Encaremos os fatos: a vida é dura e muitas vezes injusta, sim. Nem sempre veremos o bem triunfar. Contudo, àqueles que têm a certeza de verem aqui o resultado bom e fiel de uma vida sem excessos ou de escolhas bem feitas tenho uma palavra: é melhor contar com a sorte também, mas aos demais posso afirmar: nem sempre irão colher flores, mas em Deus suas esperanças jamais serão frustradas, independente do que a vida lhes proporcionar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>Só pensando um poucohttp://www.blogger.com/profile/09967700489995204141noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3398257507448379198.post-67012130157840842262010-10-16T16:38:00.001-03:002010-10-17T07:17:49.239-03:00A Ditadura da Felicidade<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://miriamtorres.blog.terra.com.br/files/2009/09/consumo.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" ex="true" height="200" src="http://miriamtorres.blog.terra.com.br/files/2009/09/consumo.jpg" width="145" /></a></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"> "- Deixe fulano(a) ser feliz!"</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Quantas vezes já ouvi essa mesma frase como uma imposição ao momento que alguém estaria vivendo. Contudo, o que questiono é essa ideia de felicidade. O que é ser feliz? Qual a sensação que determina que algo tornou-se a razão da felidade de alguém? </div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Pensando assim, é fácil percebermos a lista de motivos que hoje são propagados como úteis e imprescindíveis para tal sensação: a posse de algum artigo eletrônico que acabou de chegar no mercado; uma viagem para lugares desconhecidos; a sensação de algo inusitado que provocaria emoções novas e prazerosas, o êxtase de um momento com alguém, e assim por diante. Mas então volto à pergunta: por que tais coisas ou situações fariam alguém feliz? e, por que isso é felicidade? Se coisas ou situações como essas trazem de fato esse propagado gozo à alma - que seria definido como felicidade - precisamos concordar que ser feliz é por demais efêmero e fugaz. Dessa forma é compreensível a busca incessante da aquisição delas como um cachorro procurando seu próprio rabo, em um processo de constante busca e frustração.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Na contramão dessa ordem, ouvimos da boca de Jesus que felizes são os que choram, os que são perseguidos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os pacificadores... ou seja, segundo seus parâmetros o ser feliz está em deixar de ter, apenas sendo, e não no contrário. E é também a esses que é prometida uma vida de qualidade e realização plena - não seria isso a felicidade? Que paradoxo!!!</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Certa vez, Madre Teresa de Calcutá afirmou ao comentar sobre alguém: "Este é tão pobre que só pode dar o que tem: dinheiro!", porque desprovido do padrão mais humanitário da vida: amar. Nós somos os únicos seres vivos que temos no outro o pleno sentido da existência. No outro está a verdadeira humanidade.</div><div style="text-align: justify;">Vivemos uma ditadura da felicidade, uma imposição de que devemos estar buscando constantemente esse instante, tornando-nos o alvo primeiro e último de tudo, mas esse, ao invés de nos proporcionar um estado pleno de realização interior, nos leva a uma procura do sempre inatingível porque passageiríssimo, daí precisarmos de um novo instante e mais outro e mais outro... Porém, essa insaciabilidade apenas gira uma roda de busca desenfreada, ao mesmo tempo em que enriquece àqueles que vivem do usufruto de seus idílicos produtos, tão necessitados quanto nós.</div><div style="text-align: justify;">Se ser feliz é "ter" ou "estar" ininterruptamente, a vida vale somente o momento que se vive. Somos o centro de tudo. Ao consumo!</div><div style="text-align: justify;">De fato, "Deixe fulano(a) ser feliz", até que venha o próximo segundo. Pobre de nós!</div><br />
Um abraço.Só pensando um poucohttp://www.blogger.com/profile/09967700489995204141noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3398257507448379198.post-6587946284908849402010-10-04T17:54:00.004-03:002011-02-08T08:42:49.097-03:00Contra ou a favor?<div style="text-align: justify;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEyjYIWl8m-Nw4U4v-CsLG2gmvzzoCkzw9c3C0ev08Hhv18n0emFb6lNxImMtWqJ8yFalzxDimyL-r47_WbosjCEJV9DXxe14JVXvBluR-sHvQzjjUn7dRXp_3hwaL-rTA22jCkeIQhVU/s1600/anjo+ou+demonio.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" px="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEyjYIWl8m-Nw4U4v-CsLG2gmvzzoCkzw9c3C0ev08Hhv18n0emFb6lNxImMtWqJ8yFalzxDimyL-r47_WbosjCEJV9DXxe14JVXvBluR-sHvQzjjUn7dRXp_3hwaL-rTA22jCkeIQhVU/s200/anjo+ou+demonio.jpg" width="186" /></a></div><div style="text-align: justify;">A figura de Satanás ou Diabo como o antagonista de Deus, surgiu no imaginário judaico aproximadamente por volta de 600 aC, durante o domínio do Império Persa. Antes disso o mal não era visto de forma dualista e personificada, mas como vindo, da mesma forma que o bem, de Deus. Tudo tinha origem nEle. Era Ele quem trazia tanto as coisas boas, como as más, tanto a chuva como a estiagem, tanto a colheita como a infertilidade dos campos... Os profetas do Antigo Testamento atestam isso inúmeras vezes. </div><div style="text-align: justify;">Etimologicamente falando, o nome Satanás quer dizer "adversário", "opositor", porque se opõe a Deus. A palavra Diabo vem de <em>diábolo</em>, oposto de <em>símbolo</em>, e tem como sentido aquele que separa, que diverge ou que vai contra. Assim, a partir dessa compreensão, gostaria de analisar o elogio e a repreensão de Jesus a Pedro em um episódio narrado em um dos Evangelhos.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Vemos no capítulo 16, a partir do v. 16 de Mateus, o seguinte texto: <em>Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou? Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo</em>. Vamos entender o contexto: Jesus havia acabado de interrogar os apóstolos sobre quem Ele seria e ouve da boca daquele discípulo que Ele seria o Cristo, o Filho do Deus vivo, ao que é prontamente elogiado por ter tido a iluminação do próprio Espírito de Deus. Contudo, veja que alguns versículos depois este mesmo Pedro falastrão, é agora repreendido por Jesus, levando o nome de Satanás, por ter reprovado o fato de que Ele precisaria sofrer até morrer. <em>E Pedro, chamando-o à parte, começou a reprová-lo, dizendo: Tem compaixão de ti, Senhor; isso de modo algum te acontecerá. Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens. </em>Parece que Pedro não entendia mesmo nada até aquele momento!</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">O que Jesus queria mostrar, dentro da compreensão judaica mais antiga, é que Pedro, por não entender das coisas de Deus, mas sim das dos homens, havia ocupado o papel de Satanás com aquela sua abordagem - não que tenha incorporado alguma entidade maligna - por isso não há nenhuma prática de exorcismo com expulsão de demônios, como poderia ser esperado por aqueles que veem o Diabo em forma de gente em tudo (vendo dessa perspectiva, certamente Jesus não daria nenhum ibope a muitas igrejas hoje!). Pedro, com sua peculiar impetuosidade e grande ignorância, se coloca como opositor aos planos de Deus e, por isso, pedra de tropeço. Meteoricamente vai do céu ao inferno em poucos minutos.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Veja bem, fica evidente que Pedro "incorporou" a personalidade do Diabo ou de Satanás quando se opôs aos ideais de Deus, o que pode acontecer com qualquer um de nós. Não há meios termos: ou se é contra ou a favor, ou trabalhamos em prol de Deus ou contra Ele, inclusive no mundo.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Sociologicamente falando, os desmandos sociais que existem não são fruto de uma entidade maligna agindo no meio de nós (afirmar isso é uma irresponsabilidade ou uma resposta ideológica para beneficiar alguns), mas sim fruto da nossa "satanicidade". Associar tudo maniqueísticamente ao Diabo só colabora com o <em>status quo</em> porque nos exime do compromisso de fazer um mundo melhor, deixando para quem quiser esse papel.</div><div style="text-align: justify;">Podemos sim contribuir para a expansão dos ideais de paz, justiça e amor, quando nos tornamos instrumentos de Deus na compreensão da responsabilidade que temos com as atitudes certas. Por outro lado, se não o fazemos agimos diabolicamente, mesmo que como inocentes úteis, para que o mal se eternize a cada momento.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Provocando um pouquinho: o que ouviríamos de Jesus se Ele nos interrogasse da mesma forma que aos apóstolos: elogio ou repreensão? Por quem estamos sendo usados: pelo Espírito de Deus ou pelo Diabo? </div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">A Bíblia afirma que o mundo jaz no maligno, mas não porque o Capeta tomou as rédeas daqui, mas porque talvez estejamos deixando para os outros a responsabilidade que é nossa permitindo que o caos prevaleça.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Céu ou inferno, de onde estamos mais perto? Espírito de Deus ou Satanás, quem está falando mais alto? </div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Ainda há tempo para mudanças. Aquele Pedro que foi elogiado e criticado por Jesus, que ora prometeu ser seu maior seguidor e momentos após o traiu triplamente, encontrou seu papel como um dos maiores líderes do cristianismo, revolucionando o mundo, sendo capaz de morrer pela causa que passou a acreditar.</div><div style="text-align: justify;">Assim, há uma luz no fim do túnel: a situação não está definida. Ainda há muito a acontecer e o papel que assumiremos depende exclusivamente de nós.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Um abraço.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
*<em>Publicado no Jornal OPOVO em 20/11/2010 com o título '"Satanicidade" nossa de cada dia'. </em><br />
<a href="http://www.opovo.com.br/app/opovo/espiritualidade/2010/11/20/noticiaespiritualidadejornal,2067344/a-satanicidade-nossa-de-cada-dia.shtml">http://www.opovo.com.br/app/opovo/espiritualidade/2010/11/20/noticiaespiritualidadejornal,2067344/a-satanicidade-nossa-de-cada-dia.shtml</a></div>Só pensando um poucohttp://www.blogger.com/profile/09967700489995204141noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3398257507448379198.post-18087107146867079092010-09-30T23:03:00.000-03:002010-09-30T23:03:15.463-03:00A (IN)UTILIDADE DAS NOSSAS PALAVRAS<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjht0htVZZdGWUrTIPLwIN4TmPIwbhkHdbN5MoHEH9mckkQ3Y0iXAWeX2xZQKjnKdDHf8oQhWaouCHc8jAr6hVtJ3XmsbisODb9EnWwYx9_4U1bTLpPtN6vp-dKlrDd_Yw5RjIixPWdVb-l/s1600/imagem+justi%C3%A7a.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="178" px="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjht0htVZZdGWUrTIPLwIN4TmPIwbhkHdbN5MoHEH9mckkQ3Y0iXAWeX2xZQKjnKdDHf8oQhWaouCHc8jAr6hVtJ3XmsbisODb9EnWwYx9_4U1bTLpPtN6vp-dKlrDd_Yw5RjIixPWdVb-l/s200/imagem+justi%C3%A7a.jpg" width="200" /></a>Que o amor de Deus é perfeito e nunca se acaba e que não pode aumentar ou diminuir porque é pleno e infinito eu já sabia, a Bíblia tem provas incontestáveis disso, tanto que não podemos medir o Seu amor pelo nosso, porque enquanto o nosso é condicional e seletivo, o dEle extrapola essas definições. Assim, podemos até amar mais ou menos a determinadas pessoas, no entanto Ele não porque diminuiria a si mesmo, já que é, em si, Amor completo (1Jo 4:8), mas hoje, em minha leitura, me surpreendi um pouco com um texto que fala de seu Juízo, que seria o outro lado da moeda que explica metaforicamente o Seu caráter (amor/justiça).</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Em Mt 12:37 afirma "<em>porque pelas tuas palavras serás absolvido, e pelas tuas palavras serás condenado</em>". Interessante que o texto não afirma aqui que serão as palavras do Supremo Juiz que nos sentenciarão, mas as nossas próprias, o que eleva a importância do que sai de nossa boca. Elas baterão o martelo do que representou a nossa vida.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Sei que poderia compreender o versículo mencionado apenas levando em conta a idéia religiosa de bênção ou maldição, como uma espécie de determinação mística, mas gostaria de expandir mais um pouco. Dessa forma, parei um pouco para questionar-me sobre o que tenho feito com esse instrumento que Ele me deu, perguntando a mim mesma sobre como as pessoas se sentem após encontrarem-se comigo. Para isso usei como parâmetro Jesus. Não há uma pessoa nos relatos bíblicos que não tenha saído de sua presença levando consigo alguma coisa boa (mesmo que não lhe servisse, pela dureza do seu coração), mas e da minha?</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Outra coisa, se acredito, como afirma Mt 12:34, que <em>a boca fala do que o coração está cheio</em>, então vale mais um questionamento: do que meu coração está cheio? porque isso revela como estou ou sou. Com isso percebi a relevância de ter palavras justas e autênticas sem representação teatral, como algo que brota naturalmente, porque antes alojadas em meu interior. Veja bem, não estou afirmando que passemos a ocupar o papel de juízes, distribuindo sentenças. Mas o ter palavras de conforto e consolo, e também de desafio e confronto, se necessárias, tudo com uma saudável espontaneidade, semelhante à brisa que espalha por onde passa o perfume das rosas que no caminho colheu.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Se minha absolvição ou condenação será determinada pelo valor que têm as minhas palavras, que eu possa ser instrumento de valorização da vida, do amor, da conciliação, de pacificação, da justiça... porque próprios meus; na medida em que eu escolho ser útil àqueles que comigo se encontrarem, tendo como referência o Amor de Deus.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Amor e justiça não são antagônicos, são complementares, porque só há amor perfeito onde a justiça é estabelecida. Que isso guie a minha e a sua vida, tornando nossas palavras absolvedoras em uma existência com relevância.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Ana Valéria</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>Só pensando um poucohttp://www.blogger.com/profile/09967700489995204141noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3398257507448379198.post-23779080825926872172010-09-07T18:28:00.000-03:002010-09-07T18:28:29.567-03:00Simplicidade Voluntária - Sem Censura TVEHá poucos dias alguém comentou comigo a respeito de um movimento que tem surgido de forma discreta e envolvente, como um estilo de vida: <i>Simplicidade Voluntária</i>. Curiosa por mais detalhes, passei a buscar maiores informações e me deparei com esse vídeo. Não é um primor em qualidade visual, mas fornece preciosas dicas sobre o o teor e a proposta.<div>De antemão resumo que mesmo não tendo qualquer apelo religioso, faz-nos questionar sobre como anda nossa noção do que entendemos como simplicidade, felicidade e outros assunto afins. </div><div>Como cristã creio que essa é uma boa oportunidade para nos avaliarmos: Em que proporção o consumo tem guiado nossas vidas? Quanto de realização esperamos ter pela simples aquisição de algo que, às vezes, nem mesmo precisamos? Qual a relação entre a nossa vida e o ideal daquele que não tinha nem onde reclinar a cabeça?</div><div>Aconselho que assista a esse vídeo e leia mais sobre o assunto. Talvez você não venha a aderir a proposta, mas duvido que não seja de alguma forma impactado com o que vai descobrir.</div><div><br /></div><div><br /><div><object style="background-image:url(http://i2.ytimg.com/vi/IieVAMs3dMk/hqdefault.jpg)" width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/IieVAMs3dMk?fs=1&hl=pt_BR"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/IieVAMs3dMk?fs=1&hl=pt_BR" width="425" height="344" allowscriptaccess="never" allowfullscreen="true" wmode="transparent" type="application/x-shockwave-flash"></embed></object></div></div>Só pensando um poucohttp://www.blogger.com/profile/09967700489995204141noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3398257507448379198.post-35551907066732226132010-09-03T17:41:00.000-03:002010-09-03T17:41:13.675-03:00Porque não assisto à propaganda eleitoral<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5M6dhO2kTLh3G8apCAM-8JoltizvT6PraAAZAQ696umFvnGPT-nCMFDnEbJQ50q9BWZ-E3jS8qd78yTlh-8mUxkCGMrhhvLyIra0Lyz9I0pAXwfwxb5bDfcx-J_nyGtqHehXDtoJRmbM/s1600/Hor%C3%A1rio+Pol%C3%ADtico+Proibido.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="132" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5M6dhO2kTLh3G8apCAM-8JoltizvT6PraAAZAQ696umFvnGPT-nCMFDnEbJQ50q9BWZ-E3jS8qd78yTlh-8mUxkCGMrhhvLyIra0Lyz9I0pAXwfwxb5bDfcx-J_nyGtqHehXDtoJRmbM/s200/Hor%C3%A1rio+Pol%C3%ADtico+Proibido.JPG" width="200" /></a></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><span style="color: purple;">É verdade, não assisto ao programa eleitoral gratuito. E antes que você me tenha por alienada política, quero deixar bem claro que é justamente por eu não ser que exerço esse meu direito.</span></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><span style="color: purple;">Não sou obrigada a suportar tanto absurdo junto. Em doses homeopáticas, como durante a programação paga da TV ou do rádio, ainda é digerível, mas de uma vez só me dá náuseas.</span></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><span style="color: purple;">Desisti de me orientar através desse meio porque ali só tem desinformação, pouquíssima coisa corresponde à realidade. E isso é fácil de ser entendido, afinal, a lógica deles é única: ninguém vai falar mal de si mesmo. Portanto, só vemos mocinhos e mocinhas, todos de excelente caráter e "ficha limpa", trazendo para si a responsabilidade de salvar a nossa nação.</span></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><span style="color: purple;">De que adianta perder meu tempo testemunhando tanta promessa, simpatia, tanto sorriso, apertos de mão e compromissos que se resumem a apenas alguns meses antes das eleições?</span></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><span style="color: purple;">Fica aqui meu protesto pelo que estão tentando fazer conosco: uma imbecilização coletiva por crerem cegamente que enganam a todos.</span></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><span style="color: purple;">Acredito que deveria haver, pelo menos, respeito à nossa inteligência, mas isso também é fácil de se entender: respeitar por quê se o critério de avaliação usado para o voto exige simplesmente pouco esforço intelectual e muito <em>photoshop</em>?</span></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><span style="color: purple;">Diante do que se vê, meus parabéns ao Tiririca por sua honestidade, já que afirma não saber o que vai fazer no Congresso, mas mesmo assim acredita ser capaz de nos representar. Realmente ele é o ícone do que aconteceu com a nossa política: tranformou-se em um grande circo! Ele é apenas o resultado do que existe hoje. Só discordo de seu slogan porque acredito que pior ainda pode ficar.</span></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><span style="color: purple;">Incomodada com isso tenho me perguntado o quanto de omissão cometemos por vermos tudo isso e não fazermos nada. Por que damos espaço pra que tanta gente comprometida apenas consigo mesma se candidate e, a custa dos meios mais escabrosos possíveis, se eleja? É certo que em uma democracia qualquer um pode se candidatar, mas daí a qualquer um chegar lá...</span></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><span style="color: purple;">Martin Luther King Jr disse certa vez: "O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons". Talvez esteja mais do que na hora de sairmos de nosso protesto infrutífero. Talvez seja a hora de descermos de nossa tribuna estéril; de nosso camarote como meros espectadores. </span></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><span style="color: purple;">Conclamo um repensar, um arregaçar de mangas, para que certamente dessa forma tenhamos, logo mais adiante, não mais um desfile de excentricidade, mas opções dignas e menos palhaços em quem votar.</span></div>Só pensando um poucohttp://www.blogger.com/profile/09967700489995204141noreply@blogger.com0